A Polícia Civil confirmou nesta segunda-feira (6) que a morte de três pessoas após comerem um bolo em Torres, no Litoral do Rio Grande do Sul, foi causada por envenenamento por arsênio. O incidente ocorreu em 22 de dezembro de 2024.
A nora da mulher que preparou o bolo foi presa no domingo (5), suspeita de ser a autora do crime. Identificada pela Justiça do RS, ela está detida no Presídio Estadual Feminino de Torres e enfrenta acusações de triplo homicídio duplamente qualificado por motivo fútil e uso de veneno, além de tripla tentativa de homicídio duplamente qualificado.
Segundo Marguet Mittman, diretora do Instituto-Geral de Perícias (IGP), a contaminação veio da farinha usada no bolo consumido pelas vítimas. "Detectamos concentrações extremamente altas de arsênio nas três vítimas, tóxicas e letais. Para contextualizar, 35 microgramas já podem causar a morte; uma das vítimas tinha uma concentração 350 vezes maior", explicou Marguet. No total, 89 amostras foram coletadas na casa da mulher que fez o bolo, sendo a farinha a única com altos níveis de arsênio.
Motivação para o crime
O delegado Marcus Vinícius Veloso, que conduz a investigação, disse em coletiva de imprensa que há "provas robustas" indicando a culpa da acusada, mas não divulgou detalhes para não comprometer o caso. A Polícia Civil também apura como a suspeita obteve o arsênio e em que momento ele foi adicionado ao bolo.
Vítimas do envenenamento
As três pessoas que morreram após consumir o bolo são as irmãs Neuza Denize Silva dos Anjos e Maida Berenice Flores da Silva, além da filha de Neuza, Tatiana Denize Silva dos Anjos.
A mulher que preparou o bolo, de 60 anos, segue internada na UTI em estado estável, segundo o boletim médico. Já a criança de 10 anos que também comeu o bolo recebeu alta na sexta-feira.