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Terça-feira, 13 de Maio de 2025

Economia

Tarifas entre EUA e China podem ampliar exportações brasileiras

Estados Unidos atende a grandes fatias do mercado chinês de carne bovina, suína e frangos, que podem ser supridas pelo Brasil

Quentuchas Notícias
Por Quentuchas Notícias
Tarifas entre EUA e China podem ampliar exportações brasileiras
© Arquivo/Agência Brasil
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A intensificação da disputa comercial entre Estados Unidos e China — as duas maiores economias do planeta — pode abrir espaço para o Brasil ampliar suas exportações, especialmente no setor agropecuário. Essa é a avaliação de Luis Rua, secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura e Pecuária.

"Não se trata apenas da soja, mas de qualquer produto com valor agregado", afirmou o secretário durante uma coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira (22), ocasião em que apresentou um balanço das iniciativas do ministério voltadas à promoção das exportações agropecuárias brasileiras.

Ao ser questionado sobre as possíveis oportunidades decorrentes da guerra tarifária iniciada pelo então presidente dos EUA, Donald Trump, Rua destacou que atualmente cerca de 30% da carne de frango importada pela China vem dos Estados Unidos. Além disso, os norte-americanos respondem por algo entre 16% e 18% das importações chinesas de carne suína e por cerca de 8% da carne bovina consumida no país asiático.

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“É evidente que, com a saída dos EUA desse mercado, o Brasil se apresenta como uma alternativa viável. Claro que há outros concorrentes, mas nem todos têm a capacidade de escala que o Brasil possui para atender à demanda chinesa”, pontuou Rua, ressaltando que os resultados para os exportadores brasileiros dependerão do interesse da China em adquirir esses produtos.

Segundo ele, poucos países no mundo têm hoje a capacidade de entrega que o Brasil oferece, aliando atributos como qualidade, competitividade, sustentabilidade e sanidade. “O Brasil é livre de todas as doenças de notificação obrigatória para produtos de origem animal e possui uma condição fitossanitária extremamente favorável”, enfatizou o secretário.

Rua também garantiu que, mesmo diante de possíveis sanções de EUA ou China a países que negociem unilateralmente com o lado oposto, o Brasil manterá o diálogo com todos os mercados.

“Nessa disputa entre duas grandes potências, o nosso papel é atuar como promotor da geopolítica da paz. É isso que temos feito e continuaremos fazendo, seja com os Estados Unidos, com a China ou com qualquer outro país. O Brasil mantém e manterá o diálogo com todos. Nossa estratégia permanece a mesma”, concluiu o secretário, acrescentando que ainda é cedo para medir o impacto das novas tarifas impostas pelos EUA aos produtos brasileiros.

FONTE/CRÉDITOS: Alex Rodrigues - Repórter da Agência Brasil