O Laboratório Central do Estado (Lacen/RS) confirmou, na última semana, o primeiro caso importado de sarampo no Rio Grande do Sul desde janeiro de 2024. A paciente, uma mulher de 50 anos residente de Porto Alegre, não possuía comprovante vacinal e havia retornado de viagem dos Estados Unidos no final de março. Ela começou a apresentar os primeiros sintomas no início de abril.
A Secretaria Estadual da Saúde (SES) e a Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre estão monitorando os contatos domiciliares da paciente para verificar o surgimento de sintomas e a situação vacinal contra o sarampo. Também estão sendo acompanhados os comunicantes dos locais onde ela circulou a partir de 31 de março, incluindo no voo de retorno. Até o momento, não há casos sintomáticos entre as pessoas expostas.
Detalhes do caso
A paciente iniciou o quadro clínico em 3 de abril, com febre, mialgia, cansaço, tosse e coriza. O exantema (manchas vermelhas) apareceu em 6 de abril, inicialmente na face e, em seguida, se espalhou para o tórax, abdômen e membros. Ela foi hospitalizada entre 8 e 11 de abril, permanecendo em isolamento. Durante o atendimento, foi detectada plaquetopenia (redução no número de plaquetas no sangue).
Embora tenha afirmado ter recebido a vacina completa contra o sarampo, a paciente não apresentou comprovante. As amostras clínicas foram enviadas ao Lacen/RS e à Fiocruz, com resultado positivo confirmado em 17 de abril.
Intensificação da vigilância
O Cevs e a SES haviam publicado uma Nota Informativa em 31 de março, alertando para a intensificação da vigilância em resposta ao aumento de casos de sarampo em outros estados do Brasil e na América Latina. Além do caso confirmado no Rio Grande do Sul, o sarampo já havia sido identificado em outros estados brasileiros, como Rio de Janeiro, São Paulo e Distrito Federal, neste ano.
A vacinação continua sendo a medida mais eficaz para prevenir a doença, sendo disponibilizada gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para pessoas de 12 meses a 59 anos, conforme o calendário vacinal.
Sobre o sarampo
O sarampo é uma doença altamente contagiosa, especialmente grave em crianças menores de cinco anos, imunodeprimidos e desnutridos. É transmitido por via aérea, ao tossir, espirrar, falar ou respirar. Seus principais sintomas incluem febre alta, manchas vermelhas no corpo, tosse, conjuntivite e coriza. A transmissão pode ocorrer até quatro dias após o aparecimento das manchas vermelhas.
Histórico de casos no Rio Grande do Sul
O último surto de sarampo registrado no estado foi entre 2018 e 2020, com 185 confirmações. O Rio Grande do Sul também teve um caso importado em janeiro de 2024, de uma criança de três anos, vinda de um país asiático. A série histórica do sarampo no estado é a seguinte:
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2025: 1 caso importado
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2024: 1 caso importado
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2021-2023: sem registros
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2020: 37 casos
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2019: 101 casos
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2018: 47 casos
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2012-2017: sem registros
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2011: 8 casos
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2010: 7 casos
Esquema vacinal recomendado
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Crianças (12 meses a menores de 5 anos): 1ª dose (D1) aos 12 meses com tríplice viral e 2ª dose (D2) aos 15 meses com tetraviral.
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Pessoas de 5 a 29 anos: 2 doses da tríplice viral.
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Pessoas de 30 a 59 anos: 1 dose da tríplice viral.
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Trabalhadores da saúde: 2 doses da tríplice viral.
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Gestantes: Não podem ser vacinadas. As não vacinadas devem receber a vacina no puerpério.
Meta de cobertura vacinal
A meta de vacinação para crianças é de 95%. Nos últimos dois anos, o Rio Grande do Sul atingiu a meta para a primeira dose, mas não para a segunda dose.
Fonte: SES/RS