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Como se preparar na reta final para o Enem 2025 e alcançar ótimos resultados

No primeiro dia do Enem, a prova tem duração total de 5 horas e 30 minutos, com encerramento previsto para as 19h (horário de Brasília).

Como se preparar na reta final para o Enem 2025 e alcançar ótimos resultados
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Arthur Chede Lukine, de 18 anos, aluno do terceiro ano do ensino médio no Colégio St. Georges (STG), no Rio de Janeiro, é um dos 1.811.524 estudantes que concluirão o ensino médio em dezembro e participarão do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2025. Este ano, o número total de inscritos confirmados no exame chega a 4.811.338.

Arthur fará o Enem pela segunda vez. No ano passado, participou como treineiro, com o objetivo de testar seus conhecimentos e entender melhor o formato da prova. A experiência, segundo ele, ajudou a gerenciar o tempo e a lidar com a pressão.

Agora, o foco é outro: o jovem pretende usar a nota do Enem 2025 para ingressar em uma graduação em economia. “Sempre gostei dessa área, acompanho notícias sobre economia e geopolítica. É um tema que me interessa muito”, afirma.

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Na reta final antes da prova, Arthur se diz confiante com o que aprendeu ao longo do ano. “O que eu tinha que estudar mesmo foi no decorrer do ano. A escola realizou cinco simulados, e eu fiz outros dois por conta própria. Agora é tentar ficar calmo e não deixar o nervosismo tomar conta.”

Nos últimos dias antes do exame, o estudante pretende apenas revisar conteúdos, sem aprender assuntos novos de última hora. “Como está muito perto da prova, não adianta tentar estudar o que ainda não sei. Prefiro reforçar o que já domino”, explica.

A estratégia é concentrar-se nas áreas em que tem mais segurança. “Vou revisar os pontos principais das matérias em que tenho mais facilidade para não errar. Se eu focar apenas no que não sei, posso me desgastar e acabar indo mal justamente no que domino melhor.”

O último compromisso do estudante antes da prova será um aulão de revisão em uma sala de cinema, dentro de um shopping no Rio. O encontro reunirá alunos e professores do “Terceirão” em um clima descontraído, com revisão dos principais temas cobrados no primeiro dia do Enem.

No sábado (8), véspera da prova, Arthur quer apenas descansar. “Pretendo relaxar e não estudar, porque isso pode me cansar. Quero ver um filme, ficar em casa e dormir até mais tarde.”


Especialistas orientam: reta final é hora de revisar com leveza

A confiança de Arthur não é a realidade de todos os candidatos. Muitos ainda se sentem inseguros e têm dúvidas sobre o que fazer — ou evitar — nos dias que antecedem o exame. Para ajudar, a Agência Brasil ouviu especialistas em preparação para o Enem, que destacam estratégias de revisão, descanso, saúde mental e foco.

Últimos dias de estudo

Para o professor de literatura e redação da Escola Bilíngue Carolina Patrício (RJ), Fábio Guimarães, não é o momento de parar completamente os estudos. Segundo ele, o ideal é “relaxar estudando” até dois dias antes da prova.

“Um pouco de adrenalina na reta final pode ser positiva. O desligamento total não ajuda o cérebro a manter o raciocínio ativo, principalmente nas áreas de linguagem e pensamento crítico”, explica.

Ele recomenda revisões leves, com leitura de resumos e resolução de questões, apenas para manter a mente ativa. No entanto, candidatos que apresentam sintomas de ansiedade ou crises emocionais devem priorizar o descanso completo. “Para quem sofre de pânico ou estresse elevado, o repouso mental é essencial. É quase um remédio”, orienta.

Revisão inteligente

A fase final de estudos deve ser pautada por revisões breves e bem estruturadas. Fábio Guimarães sugere o uso de mapas mentais, resumos próprios e leitura de tópicos, em vez de textos longos.
“O conteúdo organizado por tópicos é mais fácil de revisar e evita cansaço. A leitura agora deve ser prazerosa e interpretativa”, recomenda.

Segundo o professor, ler — qualquer tipo de texto — é uma das formas mais eficazes de se preparar para o Enem. “Quanto mais o candidato lê, mais desenvolve a capacidade de interpretar e decodificar símbolos e ideias, algo essencial no exame.”


Aulões e uso da tecnologia

O pedagogo e professor de história Glauco Pinheiro, do Colégio St. Georges, destaca que os aulões de revisão têm o papel de tranquilizar os alunos e reforçar o aprendizado de forma leve.
“A proposta é revisar questões antigas e relembrar conteúdos de forma descontraída. O foco é deixar os estudantes mais confiantes”, afirma.

Fábio Guimarães concorda, mas ressalta que os aulões funcionam melhor quando combinam conteúdo e entretenimento. “Professores dinâmicos ajudam os alunos a relaxar e, às vezes, trazem aquela última dica ou insight que faz diferença na prova”, comenta.

Para o público mais conectado, ele recomenda assistir a vídeos curtos e didáticos em canais confiáveis no YouTube, com revisões resumidas e atualizadas.

O uso da inteligência artificial (IA) também pode ser um aliado. “Ferramentas de IA ajudam a organizar glossários e resumos personalizados, desde que o estudante verifique a veracidade das informações”, destaca Guimarães.


Evite exageros e “decoreba”

Os professores alertam que estudar em excesso ou participar de aulões muito intensos pode ser prejudicial. “A qualidade deve prevalecer sobre a quantidade. É melhor revisar com calma do que se esgotar na véspera”, orienta Fábio Guimarães.

Ele também critica o uso de métodos baseados apenas em memorização. “O Enem valoriza o raciocínio e a interpretação, não a simples repetição de fórmulas ou frases decoradas. O ideal é compreender os enunciados e praticar leitura crítica.”


Redação e autoconhecimento

Com peso de até 1.000 pontos, a redação é uma das partes mais importantes do Enem.
Para ter um bom desempenho, Fábio Guimarães recomenda que o candidato desenvolva o pensamento crítico e use o repertório sociocultural de forma estratégica.

“Filmes, músicas e obras culturais podem servir de base para argumentos, se forem bem relacionados ao tema. Isso mostra que o aluno sabe conectar repertório e argumentação”, explica.

O professor lembra que o Enem não valoriza repertórios genéricos. “O edital reforça que o repertório precisa ter relação direta com o tema e com o argumento apresentado no texto.”

Além disso, ele destaca a importância do autoconhecimento. “Quem se preparou durante o ano pode apenas revisar de forma leve, mantendo a mente ativa. Já quem está cansado deve tirar um tempo para descansar e chegar à prova equilibrado”, conclui.


Tempo de prova e estrutura do exame

O Enem é conhecido por ser um exame extenso e exigente.
No primeiro dia de provas, os participantes terão 5 horas e 30 minutos para resolver 90 questões e redigir a redação. O término está previsto para as 19h (horário de Brasília).

As provas incluem questões de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, Ciências Humanas (como história, geografia, filosofia e sociologia) e língua estrangeira (inglês ou espanhol).

No segundo dia, marcado para 16 de novembro, serão mais 90 questões, das áreas de Ciências da Natureza e Matemática.


Resultados e usos da nota

Os resultados do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) podem ser utilizados para diversas finalidades, como:

  • ingresso em universidades públicas, por meio do Sisu;

  • obtenção de bolsas integrais ou parciais em instituições privadas, pelo Prouni;

  • solicitação de financiamento estudantil pelo Fies;

  • ingresso direto em faculdades que utilizam a nota do exame;

  • candidatura a vagas em universidades portuguesas;

  • certificação do ensino médio e autoavaliação acadêmica.

Mais informações sobre o Enem estão disponíveis no portal do Inep, que reúne respostas às perguntas mais frequentes dos candidatos.

Fonte/Créditos: Daniella Almeida - Repórter da Agência Brasil

Créditos (Imagem de capa): © José Cruz/Agência Brasil